domingo, 24 de agosto de 2014

Tiradentes, herói nacional.


O rosto deste grande herói nacional é um verdadeiro mistério. Sua face mítica, reproduzida nos mais diversos livros de História do Brasil, foi reforçada cerca de um século após a sua morte, no burburinho republicano. 

Os adeptos do novo regime precisavam gerar um levante patriótico e, convenhamos: nada melhor do que tornar o mártir uma referência republicana e, por que não, fazer do episódio a própria Paixão de Cristo moderna? Afinal, bastou colocar uma barba ali, um Judas acolá... Nem Pedro faltaria para renegar o humilde alferes... 
Dito e feito. Não teve para ninguém. As semelhanças entre Tiradentes e Jesus Cristo eram inegáveis: o nosso aprendiz de dentista foi traído por trinta dinheiros, carregava a tiracolo seus 12 apóstolos e, na ressurreição cívica, sua biografia foi sendo composta ao sabor das paixões e necessidades políticas, sem maior compromisso com a veracidade. 

Por isso, embora estivesse com barba e cabelo raspados diante da sentença - como costume entre prisioneiros da época -, diversos pintores começaram a retratar Tiradentes com as feições de um Jesus brasileiro, vestido com uma imaculada túnica branca. 

E assim, a imagem resignada de nosso mártir cívico-religioso, porta-voz dos fracos e oprimidos, vem a calhar com a memória propagada pela política vigente do período, esquartejada e distribuída como saber didático em todo o país.

*Na tela de Pedro Américo (“Tiradentes Esquartejado”: 1893), na página anterior, destaque para um grande crucifixo, disposto ao lado da cabeça degolada.
http://www.conexaoaluno.rj.gov.br/especiais-20c.asp




Do último momento da série, “Tiradentes esquartejado”, ficaram os desenhos anatômicos, o estudo a óleo e o quadro definitivo. Pedro Américo opta pela representação realista do esquartejamento. A disposição do corpo sob o cadafalso e a citação do braço pendente da “Pietà” (1497-1500), de Michelangelo, ou da “Deposição de Cristo” (1602-04), de Caravaggio, além da presença do crucifixo, favorecem uma leitura cristã do martírio de Tiradentes. Leitura já presente em sua época e difundida pelo historiador Joaquim Norberto de Souza Silva (1820-1891) em seu livro História da Conjuração Mineira (1873). Baseado em dois documentos oriundos de testemunhas oculares, Joaquim Norberto oferece detalhes sobre a morte do “herói” republicano e demonstra que ele morreu preocupado apenas em conseguir o perdão para seus pecados. Esperava-se de um patriota que subisse ao patíbulo com olhar desafiador, reafirmando nas últimas palavras seus ideais de liberdade, e não que beijasse mãos e pés do carrasco, caminhando para a morte orando resignadamente.

http://www.revistadehistoria.com.br/secao/perspectiva/heroi-em-pedacos



sábado, 16 de agosto de 2014

Caderno Interativo - Como entregar?

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